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1 Revista del CESLA. International Latin American Studies Review

1 2023

1 Serpa Silva S.

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Identidade cultural e emigração: Origens de festividades religiosas da diáspora açoriana

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Serpa Silva S.

nr 31

5-28

Discovered by the Portuguese in the 15th century, the Azorean islands in the middle of North Atlantic hosted societies that perpetuated customs, traditions and festivities introduced by the settlers. However, the constraints inherent to history and geography have contributed to the implementation of some specific features and differences between the islands. As the archipelago has been notorious for human mobility, it was not only populated by the Portuguese King and other Europeans, but it was also the starting point of many emigration flows towards the New World (the Americas). Thus, besides few personal objects in their luggage, the immigrants took to the receiving territories, such as Brazil and, later on, the USA, demonstrations of their religiosity and their daily life experiences, that is to say, remarkable traces of their cultural identity, which have been consolidating and persisting, until our days, among the Azorean diaspora communities and their descendants. Our approach seeks to explain the origins of one of the most relevant Azorean identity manifestations - the festivities in honor of the Holy Spirit - starting from the practices of the present and explained by the concept of cultural identity, in particular associated with the Azorean islands.

Descobertas pelos portugueses, no século XV, as Ilhas dos Açores, em pleno Atlântico Norte, acolheram sociedades que perpetuaram costumes, tradições e festividades introduzidas pelos povoadores. Não obstante, as condicionantes inerentes à história e à geografia contribuíram para a implementação de algumas especificidades, por vezes distintas de ilha para a ilha. Sendo o arquipélago uma placa giratória de mobilidade humana, não só foi povoado por reinóis e outros europeus, como foi ponto de partida de muitos fluxos emigratórios com destino ao Novo Mundo (as Américas). Assim, além dos poucos objetos pessoais, estes emigrantes levavam na bagagem, para os territórios de acolhimento, como o Brasil e, mais tarde, os EUA, manifestações da sua religiosidade e das suas vivências do quotidiano, ou seja, marcantes traços da sua identidade cultural que se foi consolidando e persistindo, até aos nossos dias, entre as comunidades da diáspora açoriana e os seus descendentes. A nossa abordagem procura explicar as origens de uma das mais relevantes manifestações identitárias açorianas entre as comunidades de emigrantes - as Festas em honra do Espírito Santo - partindo das práticas do presente, e antes disso, do conceito de identidade cultural, em particular associada às ilhas dos Açores.